sábado, 19 de maio de 2012

Um presente pro papai :capitulo 35


Pov Lua
Julia estava simplesmente maravilhosa naquele vestido vermelho e branco. Eu havia feito alguns
cachinhos nas pontas de seus cabelos e sua avó deu-lhe uma pequena presilha com uma pedrinha
vermelha incrustada para prender a franja.
— Estou nervosa Lu! E se eu esquecer a letra? — ela choramingou enquanto eu ajeitava seu
vestido.
— Não vai esquecer Ju! Se ficar nervosa focalize rostos conhecidos na platéia. Seu pai, sua
avó e seu avô estarão lá. E eu também, claro. E sabe do que mais? — perguntei beliscando seu
nariz — Sua mãe com certeza estará te olhando e se orgulhando do pequeno talento que ela fez:
Você. Agora vá lá e arrase.
Sorri para ela mais uma vez e desci até a platéia sentando-me ao lado de Arthur que estava
ao lado de sua mãe.
Ele sorriu para mim e olhou para o palco do auditório da escola esperando que a filha aparecesse.

— Nossa próxima apresentação será feita pela aluna Julia Aguiar da primeira série.
a diretora disse no microfone e logo os aplausos começaram.
Julia apareceu segurando em sua mão o microfone e sorriu ao ver-nos ali.
Olhar para aquela criança fazia meu coração se aquecer.Julia era uma pessoinha muito especial,
e a cada dia tornava-se mais essencial em minha vida... Mais do que eu esperava que pudesse ser.
Seria, de fato, um sonho poder fazer parte daquela família. Arthur e Julia eram tudo pelo
que minha mente e meu coração clamavam naquele momento..

— Mãe, essa é pra você! — Julia disse tirando algumas risadinhas dos outros pais que estavam
ali.
Arthyr segurou minha mão no momento em que a menina começou a cantar. Automaticamente eu a
apertei tentando passar algum conforto para ele, sabendo que aquilo mexeria muito com seus
sentimentos.
If I should stay I would only be in your way. So I'll go but I know, I'll think of you every
step of the way.
(Se eu pudesse ficar eu só estaria no seu caminho. Então eu irei, mas eu sei... Eu pensarei em
você em cada passo do caminho.)
Olhei para ele e vi uma lágrima solitária escorrer por sua bochecha, caindo sobre os lábios
repuxados em um sorriso emocionado. Toquei seu rosto limpando o rastro que ela deixara e ele me
olhou segurando minha mão e a beijando para logo depois voltar a olhar com orgulho para Julia.
— Thurs, querido, você está bem? — Melissa sussurrou. Ele apenas assentiu.
— Julia nunca soube como a mãe morreu. — ele disse de repente desviando um pouco os olhos dela
— Eu estava debilitado demais quando Fernanda se foi para dar qualquer desculpa a minha filha,]
para explicar de uma maneira que uma criança não sofresse que ela jamais veria a mãe novamente.
Então minha mãe disse a ela que dois anjos desceram do céu, pegaram-na pela mão e a levaram para
lá. No ano passado ela perguntou se a mãe havia sentido dor ao morrer, eu disse que não... Que
ela simplesmente subira para o céu. Fico pensando se quando ela for maior e souber que sua mãe foi
devorada pelo câncer ela não vá se revoltar por eu não ter contado a verdade...
Julia encerrou a música e os aplausos começaram. Eu não consegui aplaudir.
Tudo o que eu fiz foi ficar olhando feito idiota para Arthur enquanto o via chorar e bater
palmas ao mesmo tempo. Ele me olhou sorrindo torto e antes que pudesse dizer qualquer coisa eu
o estava beijando de maneira urgente. Não sei o que deu em mim, mas eu simplesmente precisava
fazer aquilo. Era bom ouvir o que meu coração pedia pelo menos uma vez.
Durante os primeiros segundos Arthur ficara sem reação, talvez surpreso com minha atitude
nem um pouco esperada. Uma hora eu o mandava se afastar e na outra eu o estava beijando feito
uma louca desesperada.


Eu não tinha nenhuma noção do que estava acontecendo em nossa volta. Escutava todas aquelas
palmas e assovios, e depois os passos ecoando para fora. Mas tudo o que eu sentia eram as mãos
de Arthur em meus cabelos, os lábios macios nos meus. Ele riu baixinho contra minha boca
quando o ar nos faltou e mesmo assim eu me recusei a me desgrudar dele.
— PAPAI! VOCÊ E A Lua ESTÃO SE BEIJANDO! — Soltei Arthur na mesma hora quando ouvi Julia berrar.
Ela nos olhava com o mesmo sorriso de quando nos pegara dormindo na mesma cama. De repente
Julia estava pendurada em nossos pescoços, um braço em cada um e naquele momento, para quem via
de fora, parecíamos uma família. E eu havia gostado daquilo. Mas era um abraço incompleto...
— Vocês estão namorando? — Julia perguntou com euforia.
— Bom, isso depende... — Arthur disse sorrindo para a filha e logo voltando os olhos para
mim — O que você acha,Lua ?
Não pude evitar sorrir. Segurei a mãozinha de Julia e a outra fora enlaçada pela de Arthur.
— Acho que antes disso seu pai precisa conhecer alguém... Não acha? — perguntei meio insegura
do que faria.
— Marcela! — ela gritou.
— Marcela? Quem... Quem é Marcela? — Arthur indagou, confuso.
— Vai ver.

Eu não sabia o que estava fazendo e nem se queria de fato fazer aquilo. Eu tinha medo de que ele
a rejeitasse, ou ficasse com raiva por eu não ter contado desde o principio que eu tinha uma
Criança,que eu tinha uma filha que dependia de mim, e principalmente por Marcela ser uma criança
especial. No entanto é preciso arriscar-se quando se quer ser feliz de verdade...

As mãos de Lua tremiam quando pousaram em cima da maçaneta da porta. Sua mãe que estava
dormindo no sofá acordou com o barulho da porta.Julia correu até ela pulando em seu colo e
saudando com um beijo na bochecha. Só então ela viu Arthur parado na porta um tanto tímido.
— Lua? — chamou por seu nome enquanto colocava a menina em seu colo.
— Mãe este é Arthur,o pai da Julia.Arthur, minha mãe.
— Acho que ninguém está imune aos encantos de minha filha. — Arthur disse sorrindo e
puxando Lua pela cintura. Deu-lhe um breve beijo nos lábios e a olhou nos olhos ainda sem
acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. — E então, vamos acabar logo com esse
mistério... Quem é Marcela?
— Thur, eu realmente preciso que você esteja disposto a conhecê-la sem julgar. E que me ouça
antes de tirar qualquer tipo de conclusão. — seus olhos eram sérios e não havia vestígio algum
de sorriso em seus lábios.
— O que está acontecendo Lu? Eu não estou entendendo...
— Você precisa ver para entender e então esperar que eu fale. Ok? — ele assentiu ainda confuso.
Lua segurou sua mão e o guiou pelo corredor até chegar ao quarto. Abriu-o com cautela para
não acordar o bebê caso estivesse dormindo e a fechou quando já estavam lá dentro. Como sempre,
um abajur ao lado do berço estava aceso. Ele girava fazendo várias figuras de ursinhos girarem
no teto do quarto.
Luisa tirou Julia do colo e levantou-se apertando a mão de Arthur. Ainda olhando para a
filha de maneira sugestiva ela cruzou os braços sob o hobby e chamou Julia consigo para a
cozinha. A menina olhou para o pai esperando por sua aprovação e se foi com Luisa assim que
ele assentiu.

Um comentário:

  1. Nossa, e agora será que o Thur vai aceitar numa boa? Posta mais! Tá muito boa!!! :)

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