quarta-feira, 16 de maio de 2012

Um presente pro papai :capitulo 34


Lua ficara cochilando no sofá que havia no quarto de Arthur enquanto ele dormia. Ela
despertou com a luz cinzenta de um dia nublado invadindo o quarto. Abriu os olhos e deparou-se
com ele a encarando, sentado na cama.
— Bom dia. — ela sussurrou com a voz rouca pelo sono.
— Bom dia. — ele respondeu. — Me desculpe... Por ontem. — ela apenas assentiu devagar — É por
isso que eu sempre viajo nessa época do ano. É assim que passo o aniversário de Fernanda,
bêbado em
um hotel de qualquer cidade. Voltei antes achando que poderia ser forte por Julia e ver sua
apresentação hoje... Mas acabei parando em um bar. — ele riu amargamente e enfiou o rosto
entre os joelhos.
Lua não se conteve em ir até ele como na noite passada e afagar suas costas.
— Todos cometemos erros...
— Eu gritei com ela. Eu... Como eu vou olhar para ela hoje Lua? — ela levantou seu rosto com
as mãos e sorriu como sempre sorria.
— Do mesmo jeito que sempre olha... Como se ela fosse a única pessoa no mundo. — só então ela se
deu conta da proximidade entre os dois e tentou se afastar, mas Arthur foi mais rápido ao
segurar-lhe o pulso. — Thur... — antes que mais alguma palavra pudesse ser dita sua boca já
estava sendo tomada pela dele.
Lua levou as mãos em seu rosto acariciando-o de leve. Quando se deu conta estava sendo deitada
na cama, sentindo as mãos de Arthur nas laterais de seu corpo...
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Eu serei o seu guardião quando tudo está desmoronando
e vou segurar firme a sua mão...






Like a Star - Corinne Bailey Rae
— Arthur, não. — Lua resmungou tentando desvencilhar-se dos braços de Arthut que a
prendiam no colchão. Porém, ele não a soltou. Apenas afastou o rosto medindo a expressão dela
com um vinco no meio da testa.
— Não venha de me dizer que não me quer Lua... Não venha me dizer que não sente o mesmo que
eu quando a toco. Não minta para mim. — seus olhos eram sérios e sua voz quase soava em um tom
implorador.
Lua respirou fundo, tomando uma golfada de ar e deixou a cabeça cair sobre o colchão novamente.
Levou as mãos ao rosto sem saber o que fazer. Quando Arthur afastou suas mãos viu as
lágrimas escorrerem pelo rosto dela e tratou de enxugá-las com o polegar enquanto franzia o
cenho em sinal de confusão.
— Por que está chorando? Fiz algo errado? Eu...
— Não,Arthur. Droga! Não é você... — ela disse tirando a franja dos olhos e logo depois
segurando a mão de Arthur que estava em seu rosto. — Sou eu. Eu não... Eu não posso fazer
isso. Somos diferentes em tantos aspectos e eu tenho uma bagagem pesada que eu não sei se
caberia entre nós dois.
— Do que está falando, Lua? — ela não respondeu , desviando seus olhos dos dele — Bom, não
importa o que seja. Eu quero você independente de qualquer coisa, entenda isso! E Julia...
Ela seria a criança mais feliz da face da Terra se pudesse tê-la como mãe.
Ela continuou calada e Arthur viu que não adiantaria insistir. Pelo menos não naquele
momento. Claro que não havia desistido e não desistira tão fácil, o que sentia por Lua era
forte demais para simplesmente deixar de lado sem nem ao menos lutar por aquilo
Tirou sua mão do rosto dela e deitou-se ao seu lado puxando o pequeno corpo junto a si.
Lua espalmou as mãos em seu peitoral enquanto ele mantinha as dele em sua cintura. Após mais
alguns minutos observando-o, ela se aconchegou em seu peito e acabara por dormir ali mesmo.
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Como uma estrela pelo meu céu, como um anjo fora da página, você apareceu na minha vida...



Ainda sentia o cheiro do perfume adocicado de Lua e também sentia seu corpo em volta de seus
braços. Mas que cheiro de chocolate era aquele que se misturava? E se Lua estava parada ao
seu lado o que é que cutucava seu ombro?
Arthur abriu os olhos devagar e a viu dormindo tranquilamente ali, sem ter se mexido um
centímetro desde o momento em que adormeceram. Então virou a cabeça para ver de quem era o dedo
que lhe cutucava e viu os olhos imensos e o sorriso exageradamente largo no rosto de sua filha.
— Juju? Onde está sua avó? — sussurrou para não acordar Lua.
— No meu quarto. Ela pediu para eu procurar a Lua para ajudar a arrumar meu cabelo para a
apresentação de hoje à noite. — ela sorriu e olhou para a mulher que estava encolhida em seus
braços e desejou que aquilo se repetisse para sempre.
— Ju você... Não está com raiva de mim? Eu fiz coisas ontem que eu não deveria... — Arthur
fez a pergunta em um muxoxo baixo.
— É claro que não papai. Os adultos fazem besteiras de vez em quando e falam coisas sem penar.
ela proferiu as palavras de Lua e riu baixinho pendurando-se no pescoço do pai, dando um
beijo estalado em sua bochecha — Eu amo você.
— Eu também amo você, querida. Desculpe-me por gritar. — ela assentiu e rolou por cima dele
caindo entre ele e Lua que acordou em um salto.
Julia a encarou com o mesmo sorriso que encarara o pai e enlaçou os bracinhos em seu pescoço a
abraçando com força.
— Bom dia Lu! — ela disse animadamente.
Lua sorriu completamente sem graça sentindo seu rosto queimar e adquirir um forte rubor.
— Bom dia meu amor. — respondeu beijando a bochecha da menina.
— Lu você me ajuda a arrumar o cabelo para a minha apresentação na escola? — Lua saltou da
cama rapidamente passando as mãos pela blusa a desamassando e puxou Julia para fora da cama.
— Claro que sim. — ao chegar à porta olhou mais uma vez para Arthur que sorria ao vê-las
juntas — Acho que você deveria descer e tomar um café forte.
Ele assentiu uma vez e as viu sair do quarto. Ao levantar-se concordou mentalmente que um café
seria realmente necessário. Sua cabeça estava explodindo.

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