sexta-feira, 16 de março de 2012

Um Presente Para o Papai: Capitulo 15

— Arthur ? — quase caí do sofá ao ouvir a voz Lua em meu ouvido. Ela me olhou assustada
afastando-se devagar. — Ah. Me desculpe, não queria te assustar.Julia já dormiu.

Sentei-me meio atrapalhado e olhei para o relógio que marcava meia noite.Lua continuou
parada me encarando.


— Pode sentar. Eu não mordo. — disse me arrastando para uma ponta do sofá. Suas bochechas
adquiriram uma cor rosada e ela se sentou timidamente ao meu lado. — Ela está furiosa não é?
— Furiosa? Quando eu cheguei aqui ela só faltava explodir.
Cocei a cabeça e me ajeitei no sofá ficando de frente para Lua.
— Não sei mais o que fazer. Eu tento fazer as coisas certas, mas... Sempre faço a errada. —
suspirei e a olhei franzindo o cenho. — Você acha que... Acha que ela pode ter o que ela quer?
— Onde eu estava com a cabeça? Eu deveria estar com muito sono.Lua passou de vermelho para
roxo e de roxo para azul.

Então pigarreou alto e se levantou do sofá.
— Vou chamar um táxi. — eu me levantei segurando-a pelo braço quando ela abriu a bolsa para
pegar o celular.
— Por que não dorme aqui? Está tarde...
— Não dá. Eu preciso ir. — ela tentou escapar das minhas mãos e novamente eu a segurei.
— Então deixa que eu te levo. — ela apenas assentiu completamente sem jeito e eu a soltei indo
atrás das chaves do carro.

Durante o caminho fomos completamente calados.Lua não me olhava por nada nesse mundo. Quando
chegamos ela tentou abrir a porta sem sucesso, pois eu não havia destravado as trancas. Ela me
olhou engolindo em seco, completamente nervosa. Encostou-se no banco e passou as mãos pelos
cabelos deixando-os na frente de seu rosto.
Em um ato praticamente automático eu me aproximei e afastei uma mecha colocando-a atrás de sua
orelha. No entanto, minha mão não se moveu mais. Permaneceu ali sentindo a textura da pele de sua bochecha.

— Eu preciso ir. — ela disse em um fio de voz.
— O que você esconde? — indaguei em tirar a mão de seu rosto e ignorando completamente sua frase.
— Como?
— Está sempre com pressa de vir para casa. — ela não respondeu e voltou a se encolher no banco.

A luz da varanda de sua casa acendeu-se fazendo-a automaticamente olhar para fora. Uma senhora
com um bebê no colo saiu de dentro e abanou para nós. Ainda confuso eu destravei e Lua
praticamente voou para fora do carro.
O que era aquilo?

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