OPOSTOS- capitulo 4

O resto das aulas logo terminaram e Lua não demorou para ir pra casa, chegando la ficou horas a fio pregada com o telefone .

Lua: tudo bem, fica combinado assim, no começo de Janeiro eu estarei chegando e tomarei posse do imóvel . - disse e parecia mas uma executiva em vez de uma estudante - Obrigada . - agradeceu a pessoa do outro lado da linha antes de desligar .

Billy: quando você se tornou uma mulher minha menina ? - perguntou olhando-a encostado na porta da cozinha e ela se virou para olha-lo .

Lua: quando a vida me obrigou a crescer . - disse magoada - Mas, agora esta tudo pronto, - faloua agora esborçando um sorriso - ah papai, muito obrigado . - levantou e correu para os braços dele que a segurou .

Billy: não tem o que agradecer abelhinha . - sorriu apertando mais a filha nos braços .
 
Lua: claro que tenho, - ele a soltou e ela olhou em seus olhos - você comprou a casa e o carro pra mim, se eu não tivesse onde morar, ia ficar na rua . - debochou de si mesma e seu pai riu - Vamos, vou fazer um lache da tarde pra nós dois . - disse puxando pela mão para cozinha e Billy sorriu abertamente, o coração martelando de felicidade .

Uma das coisas que Lua mais amava na vida era cozinhar, coisa que faz desde os nove anos de idade, porém quando sua mãe faleceu ela perdeu o gosto pela coisa, então desde o dia jamais havia voltado a cozinhar, apenas esquentava a comida quando o seu pai pedia ou algo do tipo, hoje seria a primeira vez desde então .

Billy: un, - aspirou o cheiro que vinha da cozinha - deve ta uma delicia . - comentou passando pela porta da cozinha depois de meia hora e quando foi chegando perto do fogão uma mão lhe parou .

Lua: papai, não seja estraga prazeres . - reclamou fazendo biquinho e o seu pai sorriu .

Billy: tudo bem então . - levantou as mãos em sinal de defesa e virou-se saindo novamente, deixando Lua que sorriu e voltou ao fogão .

Então quando Lua terminou o que fazia na cozinha seu pai foi até la e um sorriso enorme brotou em seus lábios, ela havia feito o prato preferido dele, do jeito que ninguém além dela sabia fazer, file a parmegiana . Os dois comeram e depois disso não conseguiriam jantar mais tarde, tinham certeza, então conversaram, assistiram filmes e logo já era madrugada, assim eles foram para os braços de morfeu . (eu tinha que dizer isso . UU')

Lua: ah meninas, eu já comprei uma casa lá . - disse animada e as meninas bufaram ¬¬, ela revirou os olhos - Vamos, não façam assim . - pediu chorosa .

Na manhã seguinte Lua acordara radiante, sabia que dentro dela estava faltando um pedaço de si e pela primeira vez tinha certeza de que não era por sua mãe, porém não conseguia pensar em outra coisa . Tudo estava dando certo pra ela, logo ela estara longe daquele lugar, sabe que vai sentir muita falta de Chay, Mel e Sophia, mas vai ser melhor assim .
As seis aulas já tinham acabado e as meninas conversavam sentadas na grama debaixo de uma árvore ainda com as roupas com as quais tinham ido pro colégio e as bolsas estavam do lado delas, na frente da casa de Lua .

Sophia: não estamos fazendo nada . - disse e os seus olhos desviaram-se da loira, Mel lhe imitou .

Lua: eu já estou me sentindo mal em ir, será que vocês podem me entender ? - pediu e sua voz estava embargada, as meninas perceberam e a olharam surpresas - Eu vou sentir tanta falta de vocês, são minhas amigas ! - exclamou - Será que vocês não percebem que também é dificil pra mim ? - perguntou e agora as lágrimas escorriam por seu rosto, e essas eram lágrimas de saudades antecipadas .

Mel: ah Lua . - ela a abraçou e as três agora choravam .

Lua: vamos, não sejam choronas, - disse de repente sorrindo e soltando elas - eu não estou indo agora não é mesmo ?

As três conversaram mais, só que Sophia e Mel foram embora, Arthur logo chegaria e não demorou para isso .

Quando chegou não trocou uma palavra se quer com Lua os dois apenas subiram para o quarto dela, sentaram-se na mesa para logo começarem a abrir os livros e então ela se pronunciar .

Lua: vamos começar agora com Reações orgânicas . As reações orgânicas podem ser classificadas de várias maneiras, - começou rabiscando algumas coisas no caderno - alguns dos tipos mais comuns são: subistituição, adição e eliminação . - e assim ela continuou .

Estava agindo como se não houvesse acontecido nada mas ele percebera que ela não era a mesma Lua de antes com ele, estava mais distante, mas fria . Ele a olhava e ela nem do caderno levantava os olhos, as coisas não podiam ficar assim .

Arthur: Blanco, - chamou e ela estremeceu, era a primeira vez que alguém a chamava assim, tinha que ser logo ele ? - sobre o que aconteceu, eu . . - interrompido .

Lua: não, - negou com a cabeça apertando os olhos antes de encara-lo - você não precisa falar nada Arthur, - disse e suspirou - sei tudo o que você vai dizer, - fez uma pausa - que foi um impulso, que você não deveria ter feito isso, tudo bem, vamos esquecer, vai ser melhor .

Arthur: Lu . . - tentou e ela lhe interrompeu novamente .

Lua: de verdade, vai ser melhor pra nós dois se você não falar nada, não precisa explicar o porque de tudo ter sido um erro . Vamos voltar pra cá ok ?! - disse mostrando os cadernos .

Então foi isso mesmo que fizeram, ela não o deixaria falar e ele tinha percebido isso, não insistiria mais, tudo fora resolvido . Ou não .
A tarde parecia demorar dias e não queria acabar, Lua olhava seu relógio de minuto em minuto depois que começou a escurecer .

Lua ficara deitada em sua cama desde a hora que Arthur fora embora, as meninas ligaram mas ela pediu desculpas e disse que preferia ficar sozinha, estava bem, apenas precisava colocar as coisas em ordem na sua cabeça, precisava saber o que fazer, coisa que normalmente Lua Blanco saberia, mas havia alguma coisa de diferente nessa Lua, ela estava . . . amolecendo e não gostava disso .

Lua: vamos Lua Blanco não seja burra, - exclamou para si mesma após pensar um pouco - ele só quer brincar com você, do mesmo jeito que faz com todas as outras . - balançou a cabeça e pôs as mãos em cima dos olhos .

Billy: filha, - chamou do outro lado da porta quando deu duas pequenas batidinhas e ouviu um 'entre' - não vem jantar ? - perguntou apenas com o tronco para dentro do quarto .

Lua: daqui a pouco eu desço sim papai ? - disse e suspirou pesadamente .

Billy: tudo bem então, - assentiu preocupado - estou pondo as coisas na mesa . - avisou antes de sair .

Mas seu pai a conhecia perfeitamente para saber que ela não desceria para jantar . E foi exatamente isso que aconteceu, Lua ficou lá meio a pensamentos e acabou por adormecer do jeito que estava . Billy subiu meia hora depois e ajeitou-a na cama, cobrindo a mesma antes de lhe dar um beijo na testa para poder também ir se deitar .
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Os dias foram passando, passando, passando, Lua e Arthur continuavam estudando nas tardes de segunda, quarta e sexta, mas nada era como antes, a intimidade que os dois estava criando simplesmente evaporara . E logo a época de provas chegou, as ultimas para quem passasse por média .

Lua: estudaram ? - perguntou quando as meninas entraram na sala ainda concetrada em seus livros .

Sophia: sim mamãe . - afirmou e as três riram .

Mel: e você minha nerd favorita, preciso perguntar ? - puxou uma cadeira pra perto da de Lua vendo Sophia lhe imitar colocando a sua do outro lado, Lua lhe olhou com um enorme sorriso no rosto .

Sophia: claro que não precisa ! - exclamou revirando os olhos e rindo novamente com as amigas, ela abraçou Lua e Mel imitou o ato - Bom, - começou olhando o fiscal que entrara na sala e que aplicaria a prova - que homem é esse Jesus . - disse baixo se abanando mas Micael ouviu e olhou ela fuzilando-a com o olhar.

Lua: o que foi isso ? - perguntou se referindo a Micael e Sophia riu .

Mel: ficaram ontem, - disse dando de ombros - eu disse pra ela não fazer mas, sabe como é teimosa . - Lua assentiu e Sophia repreendeu as duas com o olhar .

Sophia: não veem, ele esta aqui ó . - disse apontando pra palma da mão e Lua negou com a cabeça sorrindo de canto .

xxxx: por favor, todos em seus lugares . - mandou o fiscal pegando as provas .

As três se separaram mas continuaram sentadas uma do lado da outra, começaram a fazer as provas e de pouco em pouco todas as pessoas iam saindo, e logo só sobravam elas três e mais umas três pessoas, duas meninas e um menino, não dizem que quem termina por ultimo são os nerds, pois então . Mas logo Lua saiu e estava feliz, sabia que tinha feito três ótimas provas, tinha certeza disso e quando foi andando até o portão escutou seu nome .

xxxx: mas como assim você precisa ir pra casa dela ? - perguntou exasperada .

xxxx: olha, ela ta me ajudando a estudar, eu vou passar graças a ela . - disse olhando a loira desesperada .

xxxx: Arthur, por Deus, ela ainda é aquela mesma nerd quatro olhos de sempre e você ta tratando ela como se fosse intima sua .

Arthur: não Pérola, eu . . - começou coçando a cabeça nervoso .

Pérola: vai me dizer que virou amiguinho dela ? - perguntou cruzando os braços, os amigos apenas olhavam tão incrédulos quanto Pérola .

Arthur: o que eu preciso fazer pra vocês entenderem ? - perguntou se desesperando - Olhem, - voltou a atenção agora pra todos - eu não quero nada com ela, nem muito menos amizade, eu só to indo pra casa dela porque preciso que ela me ajude, quando tudo isso acabar, vai ser como antes . . . será como se ela nunca tivesse existido . - terminou olhando o chão, e o baque pra Lua foi forte demais .

Lua sentiu uma dor forte comprimir em seu peito e parecia que tinha um mostro raivoso despedaçando todo o seu coração dentro de seu peito, ele estava dentro e destruia tudo com as próprias mãos .

Pérola: então . . - continuou mas parou quando viu Lua atrás do portão de cabeça baixa e um sorriso malicioso nasceu em seus lábios - e o que ela significa pra você Arthur ? Diga ! - exigiu fingido irritação mas seus olhos não sairam da loira ali parada .

Arthurr: nada, não significa nada pra mim ! - exclamou sem pensar e até ele ficou surpreso com as próprias palavras .

Os ombros de Lua ficaram tensos, o mostro acabara de destruir seu coração e conseguira sair de la, duas lágrimas escorreram por seu rosto fazendo o sorriso de Pérola se alargar mais ainda .

Arthur: será que agora nós podemos ir e . . - se interrompeu quando viu apenas um vulto loiro passando por ele e os seus olhos se arreagalaram .

Ela teria escutado tudo ? Ouvira quando ela falou que ela não significava nada pra ele ? Mas, e porque ele estava dando tanta importancia se ela havia escutado ou não ? Porque Diabos ele se preocupava tanto com o que ela devia estar pensando agora ? Deus, quanta confusão .

Chay: hey ! - Chay chamou batendo no ombro de Arthur e o amigo lhe olhou - Você viu a Lua ? - perguntou olhando em volta e quando voltou o olhar pra o outro arqueou as sobrancelhas .

Arthur: acho que foi pra casa . - disse baixo olhando o caminho que Lua seguiu .

Chay: o que você fez Arthur ? - perguntou tirando a mão do ombro dele e o amigo negou com a cabeça mas a culpa estava transbordando por seus olhos - Cuidado, - alertou se afastando pelo mesmo caminho que Lua tomou - cuidado pra não perceber as coisas tarde demais e se arrepender depois . - terminou e quando ele sumiu o coração de Arthur martelou dolorosamente e ele não estava entendendo o porque .

Lua entrou em casa batendo a porta e subiu as escadas correndo sem falar nada com seu pai que como sempre estava na cozinha, isso preocupou bastante Billy e quanto ele subiu tentou abrir a porta do quarto mas estava trancada, Deus, ela nunca fechava a porta com a chave .

Billy: Lua, - chamou e nada - filha . - silêncio - Estou ficando preocupado Lua, será que você pode me dizer alguma coisa ? - pediu exasperado .

Lua: me deixa pai, por favor . - pediu a voz abafada pelo travesseiro e o coração do seu pai ficou pequenininho, quanta falta sua mulher fazia, acho que apenas ela saberia o que fazer agora .

Mas ele fez o que achava ser melhor para sua filha, deixou-a sozinha em seu quarto, sabia que não ia poder fazer nada mais que isso .

Lua: me diz, - pediu levantando da cama e indo pra frente do espelho da penteadeira que comprara recentemente - o que é isso hã ? - perguntou passando as mãos no rosto e era como se quisesse mostrar as lágrimas pra si mesma - Porque você esta assim com o que ele falou ? - fungou e as lágrimas já escorriam novamente - O que ta acontecendo Lua Maria Blanco, me diz ! - exclamou e voltou pra cama, o rosto novamente no travesseiro e as lágrimas teimavam em cair por mas que ela tentasse segura-las .

Não muito tempo depois que Lua chegara, a campanhinha tocou e Lua levantou de um salto pensando que era Arthur pois os dois combinaram de estudar até mesmo na semana de prova, secou o rosto e logo escutou duas pequenas batidas na porta .