A fortaleza de um Amor - Parte 6

A fortaleza de um Amor - Parte 6

Sim. – mentiu. Ele estava muito confuso... Com medo de voltar a sofrer,
e ainda que ele amasse Lua... Ele estava prestes a ficar noivo! Dizer 
que ainda a amava era loucura! E também... Depois de CINCO anos, ainda 
amá-la era irreal! Que tipo de sentimento seria esse que estaria vivo 
dentro de seu peito até hoje? Não... Ele não a amava, não mesmo.
- Os
teus sentimentos mudaram? – perguntou com os olhos cheios de lágrimas.
Lua sabia que depois de cinco anos talvez ele não ficaria com ela... 
Mas só o fato dele estar sendo tão frio estava machucando-a demais. 
-
Mudaram. – confirmou mais uma vez, friamente. Uma lágrima desceu pelo 
rosto de Lua, como ele podia ser tão frio depois de tudo o que eles 
passaram?

- Pois os meus não mudaram...! – falou enxugando o rosto com a sua mão – Apesar de tudo, eu ainda te amo... Arthur. – levantou-se com um sorrisinho triste nos lábios, com mais lágrimas descendo pela sua face – Mas não vou te incomodar mais com isso. Adeus! – ela saiu correndo dali, sentindo-se em pedaços. Mais uma vez, via-se á beira de um precipício.

Ao ver Lua sair correndo dali, Arthur sentiu o seu coração partir-se ao meio e uma de sua metade indo junto com ela. Ele levantou-se num impulso e a seguiu, correndo também.

- Lu! Espera! – pediu segurando-a pelo braço, fazendo-a virar-se para ele. Seu rosto já estava molhado por conta das lágrimas. 

- O que você quer...? – perguntou chorosa, sem fitá-lo nos olhos. 

- Me desculpe por ter sido tão frio...É que eu estou confuso... Preciso pensar antes de tomar qualquer decisão, Lu. – ele enxugou o rosto dela, pousando um beijinho em sua testa – Que tal a gente se encontrar aqui amanhã para conversarmos? – Lua assentiu – Terá uma festa aqui na noite de reveillon. Então vamos nos encontrar às 20:00 no mesmo lugar onde nos encontramos hoje, pode ser? 

- Pode. – murmurou. Arthur segurou o rosto delicado dela com as mãos e pousou um beijo demorado em sua bochecha. 

- Você está muito linda. – falou sorrindo – Então... Até amanhã. – Lua forçou um sorrisinho e afastou-se. Assim que ela saiu de perto dele, Arthur soltou um longo suspiro.

Ele voltou para casa, e quando chegou Pérola ainda não estava no apartamento. Ele sentou-se no sofá, com a cabeça fervilhando com tudo o que aconteceu. Imagens de seu passado misturavam-se com o seu presente. Lua estava tão linda... Mais linda que nunca. Havia se tornado uma linda mulher. Mas por dentro era mesma adolescente sensível que ele conheceu. Ela havia amadurecido, mas sem perder a fragilidade e delicadeza. Nossa... Como ele sentia falta daquela voz, daquele sorriso iluminando o seu dia. E aquela risada gostosa dela? Nem se fale... Como ele sentia saudade de tocá-la, de beijá-la e amá-la intensamente. Mas ele tinha que acordar para a realidade. Ele estava a ponto de se casar com outra mulher, a qual ele devia respeito... Arthur retirou do bolso uma caixinha com as alianças de noivado. Ele sabia exatamente o que tinha que fazer com elas. E neste exato momento Pérola entrou no apartamento.

- Oi, querido! – exclamou empolgada.

- Oi. – Arthur sorriu, pensando em tomar a decisão que mudaria para sempre a sua vida – Temos que conversar. – Ele apertou a caixinha com as alianças em suas mãos, tomando coragem para abri-la e pedir para que Pérola se casasse com ele.

Já era noite de reveillon, Lua estava sentada na praia, no lugar onde marcou com Arthur. Mas já fazia muito tempo que ela o esperava e ele ainda não havia chegado. Será que ele decidiu o quê? Será que ele ainda a amava? Será que ele realmente viria? Lua sentiu sufocar-se com tantas perguntas. Ela fechou os olhos e pendeu a cabeça para trás, tentando relaxar. Ela sempre foi uma pessoa muito otimista, mas agora era inevitável sentir medo. 

Ainda com os olhos fechados ela sentiu algo forte no coração, como uma intuição. O pior de tudo era que ela não sabia se era boa ou ruim. Ela olhou para o mar, seis anos atrás ela tentou matar-se afogada. Quando ela fez isso ela sentia-se triste, sozinha e desesperada. E era exatamente assim que ela sentia-se agora. Arthur era tudo o que ela tinha, e o que ela não possuía ao mesmo tempo. Ela deixou de ter os seus pais no dia em que ela os contrariou e veio para o Brasil, Procurar por ele. Mas agora ela estava sozinha. Talvez, naquele reveillon, seis anos atrás, ela realmente deveria ter deixado de existir através das águas daquele mar. Mas por que Arthur tinha que ter aparecido para salvá-la?! Não, ele não deveria ter feito isso! Uma tristeza assustadora invadiu o seu peito. Haviam diversas pessoas a sua volta, mas parecia que somente havia ela ali, e aquele imenso e convidativo oceano de paz.


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